sábado, 16 de março de 2024

Parte é verdade! Venham conferir!


Tão Viçosa que as lagoas são de doce de leite!


 

ALCÁZAR DE SEVILHA

Sevilha, muralha e porta de Leon.

Trata-se de um complexo palaciano formado por vários edifícios de diferentes épocas. A fortificação original foi construída sobre uma antiga edificação romana, e mais tarde visigoda. Posteriormente passou a ser uma basílica paleocristã, identificada por alguns como a Basílica de São Vicente Mártir), onde teria sido enterrado São Isidoro.

Um dos pátios internos

Decoração moura

Efusiva decoração

Um dos jardins

Fotos Ítalo Stephan, fevereiro 2024.
Para saber mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Real_Alcàzar_de_Sevilha

CIDADE VERTICAL

 


A partir do Censo de 2022, um levantamento divulgado na mídia identificou Viçosa como a sexta cidade “mais vertical” do país e a primeira de Minas Gerais. Essa característica apontou que quase 41,6% da população local mora em apartamentos (31.724 pessoas), enquanto 56,59% habitam em casas (43.076 pessoas) e 1,6% em casas de vila ou condomínios (1.144 pessoas). O estudo não inclui prédios de uso institucional e comercial (escritórios, consultórios), normalmente verticalizados. Então, o que significa isso? Essas estatísticas revelam pontos positivos ou negativos?

Primeiramente, a verticalização é um processo sem volta e pode ser bom para as pessoas e para as cidades.  É um processo que, se bem planejado e se seguir todas as regras do uso do solo, não gera problemas e atende a maioria da população. Sob o ponto de vista ambiental, uma maior densidade habitacional é positiva, pois concentra a população e evita uma dispersão horizontal em direção às áreas rurais, onde estão os mananciais, as matas e a produção agropastoril. Mais gente morando próximo significa otimização da infraestrutura de saneamento, de iluminação pública, do transporte coletivo, da localização do comércio e de postos de empregos; sem contar permite menores deslocamentos a pé. No entanto, a densificação deve ser bem planejada, de forma a não ultrapassar a capacidade de suporte da infraestrutura; lembrando que já estamos passando do limite nesta questão em Viçosa.

 Podem-se destacar alguns aspectos prejudiciais da verticalização. Há um processo cíclico     comum: o custo do solo é alto. Por ser alto, só compensa com a construção de muitas unidades residenciais; por permitir muitas unidades, o preço do solo aumenta. Isso expulsa muita gente para a periferia. A verticalização gera conflitos, como a perda da identidade cultural e o desaparecimento de bairros tradicionais.  É necessário dosar essa capacidade de suporte, com uma densidade habitacional adequada. Uma vez ultrapassado esse equilíbrio, surgem problemas como congestionamento, poluição sonora e do ar; ilhas de calor e sombreamento; perda de ventilação e canalização de ventos. É necessário garantir que determinadas condições da via comportem acréscimo de população e suas necessidades de circulação e de transporte. É necessário prestar atenção na impermeabilização do solo e no destino das águas pluviais. Há leis para isso. Deverá haver, também, incentivos para a coleta de águas pluviais, mais áreas de jardins e quintais; hortas urbanas e jardins verticais.

Portanto, a verticalização pode ser um fator positivo, mas não é o único processo que ocorre nas nossas cidades. Simultaneamente ao adensamento em áreas mais centrais, há uma forte expansão horizontal em direção às áreas rurais, que vem desmatando, assoreando os cursos d’água, expulsando moradores para terras baratas e sem infraestrutura. Condomínios horizontais fechados e chacreamentos em áreas atraentes e valorizadas alteram o uso do solo rural para urbano.  

As consequências de uma falta de controle e de fiscalização dessa expansão são o aumento insustentável da demanda por atendimento em infraestrutura, coleta de lixo, transporte público, policiamento, o aumento da necessidade de deslocamentos por automóvel etc. O grande desafio é promover a sustentabilidade das cidades. Com um planejamento adequado, aqui incluo, com vontade política, a verticalização, já que é inevitável, pode avançar com os devidos cuidados, a horizontalização precisa ser controlada. 


sábado, 2 de março de 2024

BALCÕES DE ESPANHA

Balcões, sacadas, varandas, como queiram chamar, são elementos arquitetônicos marcantes na Espanha

Madrid

Madrid

Sevilha

Toledo

Madrid

Madrid

Sevilha

Fotos Ítalo Stephan, janeiro/fevereiro  de 2024

EXPANSÃO URBANA - REGIÃO DO ACAMARI, VIÇOSA-MG


No período, nota-se a criação de 3 condomínios no entorno do Acamari (Monteverde, Otávio Pacheco), a ocupação da Quinta dos Guimarães e um entre a Rua Nova e o Romão dos Reis; a construção de casas ao longo da  rodovia.





 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

LIÇÕES DA ESPANHA

Rua de Sevilha

Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa, em 22 de fevereiro de 2024.

Ressalvadas todas as diferenças socioeconômicas entre um país europeu e o nosso, trago, de uma breve viagem à Espanha, a constatação de que estamos muito atrasados em relação à qualidade urbana, quanto à infraestrutura, ao desenho urbano, ao comportamento dos pedestres e à preservação do patrimônio arquitetônico. Embora desenvolvida, a Espanha enfrenta seus problemas (estes comuns aos países europeus), tais como envelhecimento da população e problemas de política pública de subvenção aos produtores rurais das secas, estas cada vez mais frequentes (Barcelona chegou ao ponto de ir buscar água em outras províncias em navios!). Evidentemente minha experiência na Espanha foi curta, restrita em tempo e a apenas cinco cidades (Barcelona, Madrid, Toledo, Ávila, Segóvia e Sevilha), todas elas com forte atração turística, mas foi possível identificar um padrão.  

Primeiramente, a qualidade das vias urbanas mostra calçadas e pisos, ou no mesmo plano, ou com pouca diferença de nível, com uso de placas de pedra e paralelepípedos, bem assentados.  Quando há meio-fio, esses são de pedra bem cortada. Vi postes apenas para sustentar iluminação pública ou semáforos. Nas ruas mais antigas, algumas muito estreitas, a iluminação é feita por luminárias afixadas nas paredes dos edifícios. Nada de fiação suspensa como as das nossas cidades. Nas vias mais largas, tachões metálicos ou blocos de pedra separam ciclofaixas, de faixas de pedestres e de automóveis. Em Sevilha, o bonde moderno entra nessa mistura. As praças, muitas, pequeninas ou parques imensos são muito bem cuidados, com mobiliário adequado, jardins arborizados. Aponto com destaque a beleza das milhares de laranjeiras carregadas de frutas de Sevilha.  Há, nas ruas, mesas de bares sem prejudicar o fluxo de pedestres, assim como fontes, jardineiras, quiosques, parquinhos frequentados.  O destaque de praças é a das Setas de Sevilha, uma estrutura gigantesca em madeira em forma de cogumelos, símbolo de Sevilha, que atravessa uma rua e emoldura com contraste as edificações amigas no seu entorno. Possui amplas escadarias onde centenas de pessoas sentam simplesmente para contemplação. O enorme parque do Retiro, em Madrid, é cheio de atrações e monumentos, e sem problema nenhum, tem amplos caminhos apenas ensaibrados. A Plaza de Espanha, em Sevilha, é uma das maiores obras-primas que os seres humanos foram capazes de produzir.

Rua de Sevilha, pedestres automóveis, ciclistas e VLT, tudo em convívio.

Não me lembro de ter visto paredes pichadas nem placas publicitárias ou de identificação que não sejam discretas. As ruas são identificadas nas esquinas, com sinalização horizontal bem conservada. Em geral, são muito limpas, com exceções em algumas partes antigas de Sevilha, mas isso pode ser os sinais de um fim de semana movimentado.  A sinalização podotátil é presente. Grades, guarda-corpos e corrimãos são comuns e em ótimo estado.  O ponto negativo mais visível são muitas e muitas bingas de cigarro de um hábito que muitos cidadãos de outros países ainda   mantêm; a formidável exceção cabe aos brasileiros. O comportamento dos pedestres é silencioso, respeitam as faixas a eles definidas; os motoristas, com raras exceções, são pacientes e respeitam-se as faixas de pedestres.

Por fim, há aspectos a destacar. A qualidade dos materiais empregados garante durabilidade, ou seja, a correta aplicação de recursos públicos, como deve ser feita. É notória a busca dos espanhóis em deixar as cidades mais acessíveis, mais modernas, sem desrespeito ao acervo arquitetônico.  As pessoas gostam de ambientes agradáveis bem conservados, nos quais possam ver e encontrar outras pessoas. É possível a convivência de gente e de veículos no mesmo ambiente. Não descrevi nada novo, apenas o que acontece nas ruas da Espanha. Todos esses aspectos estão, a meu ver, dentro das possibilidades de adequações para nossas cidades. 

Fotos Ítalo Stephan 

sábado, 24 de fevereiro de 2024

SEGÓVIA: AQUEDUTO ANO 1 D.C.


A cidade de Segóvia foi declarada Património da Humanidade pela UNESCO em 1985. Seu principal monumento é o Aqueduto de Segóvia. É um aqueduto romano e um dos monumentos antigos mais importantes e mais bem preservados deixados na Península Ibérica pela civilização romana. 


Forneceu água para Segóvia até meados do século XIX.


Obra-prima da engenharia hidráulica, realizada com grandes blocos de pedra granítica. Foi construído com blocos unidos “a seco”, sem nenhum tipo de argamassa, mediante um engenhoso equilíbrio de forças.


Fotos Ítalo Stephan, fevereiro 2024.

 

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

PLAZA DE ESPANHA: EXPLOSÃO DE DETALHES

Sevilha - Espanha -Pavilhão construído para a Exposição Ibero-americana de 1929. 
Ladrilhos, tijolos aparentes (ladrillos) em composições elaboradas, colunas entalhadas, balaustrada eximiamente produzidas, tetos detalhados em madeira - tudo espetacularmente feito e conservado.

Posates em ferro, balaustrada em cerâmica, compoteiras, ladrilhos no piso. 

Arcos plenos, balaustrada como guarda corpo, compoteiras, postes em ferro. 

Elaborados detalhes em tijolos maciços aparentes, detalhes em azulejos, cada canto uma foto bonita.

Escada (corrimão, espelhos e degraus), pilares (azulejos e tijolos aparentes), colunas coríntias, pisos em ladrilhos, azulejos nas paredes, forros esplendidamente em madeira - cada centímetro quadrado rico em detalhes.

Escada (corrimão, espelhos e degraus), pilares (azulejos e tijolos aparente s), colimas coríntias, pisos em ladrilhos, azulejos nas paredes - cada centímetro quadrado rico em detalhes.

Uma mini praça , um cantinho com azulejos e bancos decorados ao estilo de cada província (aqui Oviedo) , com seu mapa no piso. 

Uma mini praça, um cantinho com azulejos e bancos decorados ao estilo de cada província (aqui Málaga), com seu mapa no piso.

Fotos Ítalo Stephan, fevereiro de 2024.

domingo, 11 de fevereiro de 2024

SEVILLA: CIDADE PALIMPSESTO

 O conceito de palimpsesto surge  a partir de  Michel Foucault, ao defender a multiplicidade e a diversidade na contemporaneidade, e por David Harvey, ao definir a cidade contemporânea como um “‘palimpsesto’ de formas passadas superpostas umas às outras ”.

Sevilha: uma cidade de 688.000 habitantes, da Andaluzia . Pré romana, romana, visigoda, moura, medieval, potencia renascentista, invadiada pela França, moderna.

A soma de estilos e de épocas diferentes é a marca de Sevilha.

A malha urbana mistura prédios de várias épocas e estilos, ruas estreitas e tortuosas com amplas avenidas.

Riquíssima em monumentos, como a Torre de Ouro, antes revestida com azulejos dourados

El Alcázar: A fortaleza, complexo de palácios, centro de poder dos reis católicos, financiadores das navegações em direção à América.

Fotos Ítalo Stephan, fevereiro de 2024.

Sobre palimpsesto, ver mais em: https://www.academia.edu/1510292/Rediscutindo_alguns_aspectos_da_preserva%C3%A7%C3%A3o_do_patrim%C3%B4nio_urbano_a_cidade_como_palimpsesto_e_a_estratifica%C3%A7%C3%A3o_dos_s%C3%ADtios_de_valor_hist%C3%B3rico_art%C3%ADstico 

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

PLAZA DE ESPANHA-SEVILHA : UM DOS LUGARES PRODUZIDOS PELA HUMANIDADE MAIS LINDOS DO MUNDO

Plaza de Espanha - praça no Parque de María Luisa, em Sevilha, Espanha, construída em 1928 para a Exposição Ibero-Americana de 1929. 

Exemplo marcante do Regionalismo na Arquitetura, que mistura elementos da Neorrenascença, Moura Revival (Neo-Mudéjar) e estilos de arquitetura espanhola.

Espetacular conjunto de detalhes cuidadosamente elaborados. Azulejos, tijolos aparentes, pontes, lago.

Plena de simbologias: a praça se destina a simbolizar o abraço da Espanha e suas ex-colônias. Assim como, ela está direcionada para o rio, que é o caminho para a América. 

Arcos plenos, colunas coríntians, forro de madeira. Apresentação de dança flamenga sob a varanda.

Varanda interna, com ladrilhos, balaustrada colunas duplas, forro em madeira ricamente elaborado.

Vista aérea da Plaza de Espaha.

Fotos Ítalo Stephan, fevereiro de 2024,
https://www.designi.com.br/a08433b3593fd44e

MADRID: MUSEU DO PRADO


O Museu do Prado é o museu mais importante de Madrid e um dos mais famosos do mundo. Contém obras de Velázquez, El Greco, Rubens, Bosch, Goya, Brueguel... Vista exterior, a partir do adro da Igreja dos Jerônimos.

Pátio interno.

Vista exterior, do lado do acesso dos Jerônimos

Uma de suas principais atrações: o magnífico, espetacular tríptico  Jardim das Delícias de é um tríptico de Hieronymus Bosch (1490 -1510).

Outra de suas principais atrações: O Triunfo da Morte de Bruegel (1562-1563).

Outra de suas principais atrações:  o Três de maio (de 1808) de Goya.

Fotos Ítalo Stephan, fevereiro de 2024.
https://www.wikiart.org/en/pieter-bruegel-the-elder/the-triumph-of-death-1562-1
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/10/saiba-como-a-obra-de-goya-retrata-a-historia-da-espanha-das-guerras-as-touradas.shtml